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Quarta-feira, 05 Março de 2025 - 17:19 | Andrey Cavalcante 581n6n


BR-364 vai deixar de ser a “rodovia da morte”

Não pretendo encontrar má-fé, partidarização eleitoreira ou vilania na campanha de desinformação disfarçada de oposição movida violentamente contra qualquer manifestação favorável à concessão da rodovia. Prefiro classificá-la com base no chamado “efeito Dunnin - Kruger”: há pessoas que ignoram a própria ignorância. Um exemplo: sentenciam, até sinceramente convencidas, que rigorosamente toda a população de Rondônia vai ser prejudicada pela mudança. Não vai!

Dentre as melhorias implementadas na rodovia estão a duplicação de 107,57 quilômetros de estradas, construção de 190,597 quilômetros de faixas adicionais e 17,7 quilômetros de marginais. As melhorias, porém, virão somar-se às já existentes, pelo que os trechos duplicados, terceiras pistas e vias marginais serão em realidade muito maiores. Apenas a travessia urbana de Porto Velho possui mais de 35 quilômetros duplicados. Acrescente-se a isso os demais trechos duplicados nos municípios situados às margens da BR e nos diversos entroncamentos.  

Principal argumento dos opositores, a cobrança do pedágio somente poderá começar a ocorrer a partir do final do ano de 2026. Ficou estabelecido o valor de R$ 0,19 (dezenove centavos) por quilômetro para cada eixo. Um bitrem de nove eixos pagará R$ 1,71. O trecho de 686,7 km leiloado custaria então em torno R$ 1.180 para o chamado “bitrenzão”, que transporta 75 toneladas de grãos. Uma carreta LS de três eixos e 45 toneladas pagaria perto de R$ 390 de pedágio. Mesmo assim é muito caro! – dirão.

Na verdade, caro é o consumo maior de combustível com as inúmeras reduções de velocidade, pelas constantes trocas de marcha impostas pela precariedade da rodovia. Caro é o tempo perdido com isso. Cara é a depreciação do equipamento, não apenas dos pneus (por sinal caríssimos). Caro é o preço das peças dos veículos modernos. Mais caro ainda se o veículo deixa de produzir quando obrigado a antecipar a revisão para reparos: a carreta para, mas os custos financeiros continuam a vencer. Caro é o seguro cobrado de quem trabalha com transporte de grãos.

O projeto prevê a obrigatoriedade de uma série de ações antes disso. Ou seja, só depois que a rodovia atender a parâmetros de segurança e conforto ao rolamento definidos pelo Programa de Exploração. Serão, portanto, iniciadas imediatamente a implantação de sinalização vertical e horizontal, intervenções no pavimento, drenagem e terraplenos, roçada e reformulação da faixa de domínio da rodovia, instalação de serviços de socorro médico e mecânico, colocação de equipamentos de proteção e segurança na faixa de domínio, serviços de inspeção de tráfego e combate a incêndio e serviços de apreensão e retirada de objetos e animais da pista e faixa de domínio. O cronograma prevê que isso deva ocorrer no período de um ano.

Tais investimentos vão resultar, sem dúvida, em melhoria na trafegabilidade e segurança da rodovia. Pode ser também que avance o movimento pela antecipação do cronograma de obras do arco norte em Porto Velho, para garantir o mais rápido aos portos do rio Madeira sem ar pelo centro urbano da capital. Se acontecer do consórcio Consórcio 4UM/Opportunity ser convencido, haverá uma economia de quase uma hora no trajeto pela BR.

Cumpre observar que níngüem buscou mobilizar a opinião pública ou  recorreu à justiça para exigir o asfaltamento do anel viário de Porto Velho, parte do qual é o chamado “arco norte”, que dá o aos portos do Madeira. Uma carreta bitrem perde hoje duas horas apenas no trajeto de ida e volta do trecho da entrada de Porto Velho até o porto. Quanto tempo de combustível e desgaste do equipamento é gasto nisso?

Mas o mais importante é que a redução do número de acidentes frontais e mortes, com a duplicação do trecho mais crítico, de Jaru a Presidente Médici representam uma vitória para Rondônia. Os novos 190 quilômetros de terceira via também vão desafogar o tráfego nos demais trechos críticos. A BR-364 deixará de ser conhecida como “rodovia da morte”. Isso implica em menor tempo de viagem e menores gastos de combustível e até de seguros. É evidente que tantos benefícios tornarão o percurso Porto Velho – Vilhena menos temerário e dispendioso. E o custo do pedágio já não fica assim tão pesado como querem os adversários do projeto.

*Andrey Cavalcante é ex-presidente e membro honorário vitalício da OAB/RO

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